Habermas, considerado um frankfurtiano da segunda geração, parte dos conceitos desenvolvidos pelos teóricos da primeira geração e os aplica para compreender o desinteresse crescente da sociedade pela política. Ele compreende, segundo Rudiger, que "a cultura de mercado, embora pretenda ser apolítica, representa ela mesma uma forma de controle social ou mando organizacional". Rudiger, ainda falando de Habermas, diz que "Para ele, de fato, a crescente apatia ou desinteresse da população para com a ação política, senão pela própria vida democrática, é correlata à destruição da cultura como processo de formação libertador e de liberação de potenciais cognitivos que tem lugar na era da sua conversão em mercadoria".
Habermas desenvolve em seu "Mudança estrutural da esfera pública" a tese de que a economia de mercado fez ascender a imprensa, criando um espaço público essencialmente marcado pela circulação da mídia impressa, permitindo à burguesia libertar-se de certas opressões seculares - Estado, Igreja, etc. - mas que a cultura econômica a partir do final do século XIX foi rompendo o equilíbrio que sustentava tal modo de sociabilidade justamente pela "privatização" do que sustentava essa esfera pública - a circulação de mídias. Habermas diz que, assim, a figura do cidadão foi reduzida, eclipsada frente à do consumidor, e a política se tornou objeto de espetacularização. Isso tanto em estados totalitários quanto em estados democráticos de massas, teoriza Habermas.
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