Visão, Som e Fúria.

Diferentemente de outros teóricos que dão preferência à análise da mensagem nos processos comunicativos, Marshall McLuhan define como seu objeto de estudo, o meio. A "cultura dos livros" sempre foi muito valorizada pelos norte-americanos que, paradoxalmente, são os mais impactados pelos avanços nos meios de comunicação que dizem respeito à visão e ao som. Já na Europa, sempre foi dado mais espaço à literatura quanto comunicação, à pintura, à escultura, dentre outros.

O livro impresso é uma forma de interpretação pessoal, diferentemente dos outros meios de comunicação desenvolvidos com o tempo, que trabalham muito mais o visual e o sonoro, como a fotografia, o rádio e a televisão, onde os dois últimos que, comprovadamente, são mais proveitosos do ponto de vista de absorção de conteúdo, deixaram de ser, há décadas, apenas meios de entretenimento popular. E essa mudança só se deu, segundo McLuhan, no século XIX, porque a informação chegava mais rapidamente pelos outros meios do que pelo livro. Daí a necessidade diária do telejornal, ou dos filmes que tratam de acontecimentos históricos e até mesmo do jornal impresso, que formula, todos os dias, notícias, mensagens diferentes. Outra afirmação interessante encontrada em "Visão, Som e Fúria" é a de que os conteúdos dos jornais promovem o nacionalismo, porém, a forma como as informações estão dispostas é totalmente "universal", intercultural. E isso se encaixa também no seu conceito de "Aldeia Global", que diz que a linguagem televisiva, por exemplo, é a mesma em qualquer país, independente da sua cultura ou do seu idioma.

Muitos estudiosos dizem que a afirmação "o meio é a mensagem" é incorreta, pois existe por parte do receptor, a liberdade de interpretação das informações, porém, McLuhan afirma que o meio é o elemento constituinte da mensagem, sendo impossível separar os dois.