
A
Teoria Crítica se propõe como a teoria da sociedade entendida como uma
totalidade, pretendendo evitar a função ideológica das ciências e das
disciplinas setorizadas, tendo como ponto de partida a análise do sistema de
economia de mercado e a crítica dialética da economia política, dentro dos
fundamentos do materialismo marxista. Segundo
a abordagem crítica, a pesquisa em comunicação deve fundamentar-se em uma visão
reflexiva e humanística, respondendo a questões básicas sobre o seu significado
social.
A
escola do pensamento crítico questiona as consequências do desenvolvimento dos
novos meios de comunicação na produção e transmissão da cultura. Para os
membros do grupo de Frankfurt, a sociedade capitalista entrou em um estágio
radicalmente diferente com a implantação dos meios de comunicação de massa, que
tiram da classe operária a capacidade de refletir e resistir ao sistema. O
proletariado perdeu a sua capacidade revolucionária ao permitir o surgimento de
sistemas totalitários como o nazismo e o stalinismo e, sobretudo, a implantação
da indústria cultural nos países capitalistas.
O
indivíduo é considerado apenas como empregado e consumidor, e, dessa forma, a
própria humanidade é reduzida às condições que representam os interesses da
ideologia dominante. A indústria cultural é a portadora da ideologia dominante,
que é a própria justificativa e razão de ser do sistema. A indústria cultural é
aliada e cúmplice da ideologia capitalista, e suas ações contribuem de forma
eficaz para falsificar as relações entre os homens e as relações dos homens com
a natureza, de tal forma que o resultado final constitui uma espécie de anti-iluminismo.
Apesar
da aparente liberdade dos indivíduos, os meios de comunicação reproduzem as
relações de força do aparelho econômico-social. A racionalidade técnica é a do
próprio domínio, é o caráter repressivo da sociedade que se auto aliena.

O
acesso à informação, que deveria ser o instrumento da modernidade para libertar
a consciência humana do medo, libertando os homens do mundo da magia e do mito,
conduzindo-os para a liberdade por meio da ciência e da tecnologia, não apenas
deixa de cumprir essa missão, como se torna ela própria um instrumento de
dominação.
Para
Horkheimer, o homem do período iluminista difere do homem que convive com o
saber especializado. Benjamin faz uma análise das causas e consequências da
destruição da aura que envolve as obras de arte como objetos individualizados
e únicos: o progresso das técnicas de reprodução faz com que a aura, dissolvendo-se
nas várias reproduções do original, tire da obra de arte o seu status de
raridade.
Nesse
contexto, os veículos de comunicação passam a ser vistos como meios de
dominação e poder, elementos inseridos na indústria cultural e com capacidade
de violência simbólica com o receptor. Os meios de comunicação divulgam e
consolidam a ideologia dominante, mas tornam-se ainda mais importantes porque
proporcionam a distração essencial para que o indivíduo suporte uma existência
intolerável.
A
máquina da indústria cultural promove a produção em série de bens culturais
previamente padronizados, de acordo com a possibilidade de compra dos
consumidores, e obriga o consumo alardeando a eficácia dos seus produtos. Para
atender ao gosto do público e satisfazer às suas necessidades, a indústria
cultural impõe estereótipos e produtos de baixa qualidade. Acima de tudo, a
indústria cultural é esclerosada: incapaz de criar o novo, repete eternamente
os mesmos modelos, fazendo modificações superficiais que apenas iludem o
consumidor.

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