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terça-feira, 15 de novembro de 2011


             As análises desenvolvidas dentro as Escola de Frankfurt foram os primeiros trabalhos organizados e sistematizados sobre os meios de comunicação no contexto de crítica sobre o capitalismo. A partir de 1930, as pesquisas passaram a abordar a crescente importância dos fenômenos de mídia e da cultura na formação de um modo de vida contemporâneo. 
           A Teoria Crítica se propõe como a teoria da sociedade entendida como uma totalidade, pretendendo evitar a função ideológica das ciências e das disciplinas setorizadas, tendo como ponto de partida a análise do sistema de economia de mercado e a crítica dialética da economia política, dentro dos fundamentos do materialismo marxista. Segundo a abordagem crítica, a pesquisa em comunicação deve fundamentar-se em uma visão reflexiva e humanística, respondendo a questões básicas sobre o seu significado social.
         A escola do pensamento crítico questiona as consequências do desenvolvimento dos novos meios de comunicação na produção e transmissão da cultura. Para os membros do grupo de Frankfurt, a sociedade capitalista entrou em um estágio radicalmente diferente com a implantação dos meios de comunicação de massa, que tiram da classe operária a capacidade de refletir e resistir ao sistema. O proletariado perdeu a sua capacidade revolucionária ao permitir o surgimento de sistemas totalitários como o nazismo e o stalinismo e, sobretudo, a implantação da indústria cultural nos países capitalistas.
          O indivíduo é considerado apenas como empregado e consumidor, e, dessa forma, a própria humanidade é reduzida às condições que representam os interesses da ideologia dominante. A indústria cultural é a portadora da ideologia dominante, que é a própria justificativa e razão de ser do sistema. A indústria cultural é aliada e cúmplice da ideologia capitalista, e suas ações contribuem de forma eficaz para falsificar as relações entre os homens e as relações dos homens com a natureza, de tal forma que o resultado final constitui uma espécie de anti-iluminismo.
             Apesar da aparente liberdade dos indivíduos, os meios de comunicação reproduzem as relações de força do aparelho econômico-social. A racionalidade técnica é a do próprio domínio, é o caráter repressivo da sociedade que se auto aliena.
          Indústria Cultural: A expressão Indústria Cultural visava substituir a expressão Cultura de Massa. Ela é responsável pela produção cultural em série ou industrializada, ou seja, o produto cultural industrializado ou produzido em série ou em massa, mediante a utilização de técnicas de reprodução, por uma classe diferente daquela que vai consumir.
     O acesso à informação, que deveria ser o instrumento da modernidade para libertar a consciência humana do medo, libertando os homens do mundo da magia e do mito, conduzindo-os para a liberdade por meio da ciência e da tecnologia, não apenas deixa de cumprir essa missão, como se torna ela própria um instrumento de dominação.
         Para Horkheimer, o homem do período iluminista difere do homem que convive com o saber especializado. Benjamin faz uma análise das causas e consequências da destruição da aura que envolve as obras de arte como objetos individualizados e únicos: o progresso das técnicas de reprodução faz com que a aura, dissolvendo-se nas várias reproduções do original, tire da obra de arte o seu status de raridade.
            Nesse contexto, os veículos de comunicação passam a ser vistos como meios de dominação e poder, elementos inseridos na indústria cultural e com capacidade de violência simbólica com o receptor. Os meios de comunicação divulgam e consolidam a ideologia dominante, mas tornam-se ainda mais importantes porque proporcionam a distração essencial para que o indivíduo suporte uma existência intolerável.
         A máquina da indústria cultural promove a produção em série de bens culturais previamente padronizados, de acordo com a possibilidade de compra dos consumidores, e obriga o consumo alardeando a eficácia dos seus produtos. Para atender ao gosto do público e satisfazer às suas necessidades, a indústria cultural impõe estereótipos e produtos de baixa qualidade. Acima de tudo, a indústria cultural é esclerosada: incapaz de criar o novo, repete eternamente os mesmos modelos, fazendo modificações superficiais que apenas iludem o consumidor.
           Além disso, a indústria cultural sobrevive criando necessidades para o consumidor e organiza-se para que ele compreenda sua condição de mero consumidor, ou seja, ele é apenas e tão somente um objeto daquela indústria. O indivíduo deixa de ser sujeito e torna-se objeto. A mecanização adquire poder sobre o indivíduo, tanto no trabalho, quanto no lazer, e determina os produtos do seu divertimento.

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