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terça-feira, 1 de novembro de 2011

                   Na década de 1940, o pensamento comunicacional começa a se diversificar. Dando inicio a uma escola inovadora, chamada de Colégio Invisível ou Escola de Palo Alto.
         Essa linha de pesquisa propagou-se a partir do estudo do comportamento humano, entendendo que existe uma regra do comportamento que os seres humanos utilizam nas relações interpessoais e que afetam a comunicação.
         Nesse sentido, os pesquisadores do Colégio Invisível repudiavam a ideia de um esquema linear ou simplificado da comunicação, buscando pesquisar comunicação com base em seus vários níveis de complexidade, contextos múltiplos e sistemas circulares, em que o receptor tem tanta importância quanto o emissor.
         A Escola de Palo Alto entendia que é impossível não se comunicar. A comunicação é vista como um processo permanente que integra vários tipos de comportamentos verbais e não verbais que compõem um conjunto integrado.
·         Princípios Fundamentais do Colégio Invisível:
1)   A essência da comunicação reside em processos relacionais e interacionais.
2)   Todo comportamento humano possui um valor comunicacional.
3)   Observando a sequência de mensagens sucessivas e a relação entre os elementos e o sistema, é possível deduzir a lógica da comunicação.

Estudo dos Efeitos em Longo Prazo:

A mídia volta a ser enfocada como elemento que interfere no comportamento social quando o estudo dos efeitos, que durante muito tempo esteve limitado aos pressupostos básicos da teoria hipodérmica, ganhou uma nova força, no momento em que o enfoque deixa de ser “os efeitos imediatos” e passa a ser “os efeitos em longo prazo”.
Essa análise baseia-se na noção de que os Meios de Comunicação de Massa não alteram diretamente o conjunto explícito de ideias e ações de uma sociedade, mas afetam essas ideias e ações uma vez que tendem a influenciar a maneira como o indivíduo organiza a sua imagem do ambiente social.
Mais do que nunca, a comunicação de massa passa a ser vista como um processo que deve ser analisado por meio do conhecimento de sua dinâmica interna e nas suas relações com outros processos comunicativos, com base em quatro características atribuídas aos meios de comunicação de massa: a acumulação, a consonância, a onipresença e a relevância.
O estudo desses quatro pontos indica que a opinião pública regula-se pela opinião reproduzida pelos meios de comunicação de massa e adapta-se a ela mediante um esquema de conjecturas que se auto verificam.
Uma segunda área de pesquisa comunicativa que ganha espaço é o estudo sobre os emissores e sobre os processos produtivos nas comunicações de massa e, especialmente, nos produtores de notícia. Essa abordagem teórica, conhecida como teoria construcionista da notícia ou Newsmaking, problematiza a ideia do jornalismo como um espelho inerte no qual se refletiria a sociedade. Nessa perspectiva teórica, a forma como a notícia é produzida influi no seu resultado.
O ponto de partida desse estudo é a constatação de que a produção de um veículo de comunicação exige o estabelecimento de rotinas de trabalho ou rotinas de produção.
Até o desenvolvimento dos estudos sobre rotinas produtivas, os estudos sobre emissores focalizavam principalmente os aspectos ideológicos e as ligações e interesses políticos e comerciais dos proprietários e dirigentes dos veículos de comunicação.
     A pesquisa centrada nas análises das rotinas produtivas dá atenção aos níveis mais baixos das operações produtivas, as rotinas de trabalho, mas, em geral, não se aprofundam nas questões de planificação econômica e programação política.
     O estudo dos processos produtivos parte do pressuposto inicial de que, como qualquer organização complexa, os meios de informação não podem deixar de estabelecer rotinas de trabalho: “o mundo é burocraticamente dividido pelos jornalistas”.
Dentro desses estudos, destacam-se os chamados estudos sobre gatekeeper. Gatekeeper é o jornalista que atua como porteiro ou selecionador, deixando ou não passar a informação e, dessa forma, determinando se ela será ou não publicada. Assim, fica claro que, na seleção das notícias, as normas ocupacionais profissionais e organizacionais são mais fortes do que as preferências pessoais; ou seja, os jornalistas tendem a seguir as normas e orientações ditadas pela linha editorial do jornal.
O conceito de gatekeeper foi utilizado para estudar o desenvolvimento da notícia dentro dos canais organizados dos órgãos de informação, visando identificar os pontos que funcionam como cancela.
A manipulação da notícia deixa de ser vista exclusivamente como resultado das pressões externas e é compreendida como uma distorção inconsciente ou distorção não desejada, mas ligada às práticas profissionais, às rotinas produtivas normais, aos valores partilhados e interiorizados acerca do modo de desempenhar a função de informar. Em função disso, podemos dizer que as normas e limitações que são parte do trabalho jornalístico acabam por determinar os critérios fundamentais que orientam a seleção dos acontecimentos e sua divulgação.

* Os critérios de valorização da notícia são:
- Critérios substantivos: são o grau e nível hierárquico dos indivíduos envolvidos no acontecimento noticiável, o impacto sobre a nação e sobre o interesse nacional, a quantidade de pessoas envolvidas no acontecimento, a relevância e significância do acontecimento quanto à evolução futura de uma determinada situação;
- Critérios do produto: disponibilidade de matérias e características específicas do produto informativo. Constitui notícia aquilo que altera a rotina, as aparências normais.
- Critérios relativos aos meios de comunicação: quantidade de espaço ou de tempo de transmissão que uma notícia pode ocupar.
- Critérios relativos ao público: papel que a imagem dos jornalistas tem do público.
- Critérios relativos à concorrência: A competição também tem como consequência contribuir para a formação de parâmetros profissionais, dos modelos de referência, que por si só constituem elementos de distorção.
Dessa forma, é possível dizer que o newsmaking (o fazer notícias) é um estudo que se articula em dois limites: a cultura profissional dos jornalistas e a organização do trabalho e dos processos produtivos; e está estreitamente relacionado com a rotinização das práticas produtivas.
O conceito de noticiabilidade baseia-se na admissão de que a notícia é o produto de um processo organizado a partir de uma perspectiva prática dos acontecimentos, com o objetivo de reunir os fatos, avaliá-los de forma simples e direta e transformá-los em notícia para os espectadores.
Os 'valores notícia' são critérios ou fatores que determinam quais os acontecimentos devem passar da existência privada como fato e ganhar a existência pública de notícia e que constituem um fator de distorção involuntária.
Nessa distorção, existe um efeito comutativo: diversas fases e rotinas produtivas contribuem para provocar e reforçar a distorção involuntária, que ocorre de forma independente de consciência e da intenção do jornalista, estando ligada à organização interna das empresas jornalísticas ou que atuam em áreas jornalísticas, e do trabalho dentro da redação.

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