As
bases da Abordagem Sistêmica ou Teoria Sistêmica foram estabelecidas em
1933. Essa teoria vincula a noção do conjunto social ao sistema orgânico a
partir da ideia de uma constante interação entre as partes de um conjunto integrado.
O sistemismo pensava a globalidade, as
interações entre os elementos mais do que as causalidades, apreender a
complexidade dos sistemas como conjuntos dinâmicos de relações múltiplas e
cambiantes.
O sistema é parte do meio social onde
está inserido e está aberto às influências desse sistema, mas o seu estudo
permite observar as mudanças ocorridas nas estruturas e os esforços dos membros
do sistema para manter estável a relação com o meio social.
Em 1960, o modelo sistêmico dá a base
para DeFleur introduzir o conceito de feedback no modelo de comunicação
linear. Feedback é a informação que retorna ao meio, que realimenta o sistema,
dando condições para a sua preservação. Trata-se de um mecanismo que permite à
fonte controlar o modo como o receptor está recebendo as informações. O
feedback é a opinião do público sobre o produto, o impacto que causou.
·
Funcionalismo:
Os primeiros estudos com base no
funcionalismo ocorreram nos Estados Unidos, na década de 1930, tendo como
principais autores Lasswell e Lazarsfeld.
Em 1948, Lasswell desenvolveu uma
abordagem global dos meios de comunicação em seu conjunto, com base no conceito
de função. Função refere-se à contribuição dada por uma determinada forma de
atividade repetitiva em termos de conservar a estabilidade ou equilíbrio da
sociedade.
O funcionalismo é uma teoria que
analisa os processos sociais como sistemas que trabalham para manter o
funcionamento da sociedade. Esse conceito tem como proposta pensar a sociedade
em função de uma analogia com o corpo biológico, estabelecendo que cada parte
ajuda a preservar o todo: da mesma forma que um órgão (coração, pulmão, rim)
sustenta a vida do ser humano, uma instituição (família, igreja, escola) mantém
a ordem social vigente. E, para que isto aconteça, é necessário que as partes
troquem informações, se relacionem em vários níveis, de forma a aumentar a
cooperação. Nessa perspectiva, a comunicação social é um elemento fundamental
ao sistema.
O sistema social é entendido como um
organismo cujas diferentes partes desempenham funções de integração e
manutenção do sistema, e a ação social se baseia na adesão aos valores
interiorizados e institucionalizados.
A partir desse ponto, Lasswell
desenvolveu um estudo sobre a dinâmica social e o papel que nela desempenha a
comunicação de massa, entendendo que os meios de comunicação de massa
constituem um conjunto de instituições cujo trabalho é essencial para a
manutenção da ordem social.
·
Funções
da comunicação
segundo Lasswell:
- A vigilância do meio ou manutenção
do modelo e o controle das tensões;
- O estabelecimento de relações de
resposta ao meio, integração ou a adaptação ao ambiente social;
- Transmissão da herança social e
cultural.
Nos estudos sobre comunicação, a
corrente funcionalista busca compreender a relação entre o indivíduo, a
sociedade e os meios de comunicação. A questão principal já não era mais os
efeitos, mas as funções da comunicação na sociedade.
Lasswell vê nas funções da comunicação
o ponto central para a manutenção do equilíbrio social. No entanto, com a
evolução das pesquisas, as deficiências do paradigma de Lasswell foram
criticadas por outros pesquisadores. Lazarsfeld e Merton incluem outro item nas
funções da comunicação: o entretenimento.
· Esses dois autores apresentam como
funções da comunicação social:
- Atribuição de status;
- Execução interna das normas
sociais (normatização);
Merton e Lazarsfeld também
introduziram a possibilidade das disfunções (disfunção narcotizante) e
da diferenciação entre funções latentes e manifestas. Eles situam as
funções da comunicação como fatores que contribuem para a adaptação ou ajuste
no sistema, e as disfunções como falhas ou defeitos na utilização da
comunicação, definindo a problemática da comunicação de massa a partir do ponto
de vista da sociedade, do seu equilíbrio, da perspectiva do funcionamento de
seu conjunto e da contribuição que os seus componentes – inclusive os meios de
comunicação de massa – dão a esse conjunto.
· Disfunção Narcotizante: ocorre quando o excesso de informações pode
levar à apatia, à ausência de pensamento crítico.
Outra forma de análise foi realizada
por DeFleur, para quem o conteúdo da comunicação de massa pode ser dividido em conteúdo
de mau gosto, conteúdo não polêmico e conteúdo de bom gosto.
Nessa mudança, transparece o
abandono da ideia dos efeitos intencionais, ao mesmo tempo em que as funções
analisadas deixam de pertencer a situações especiais de comunicação (como em campanhas
publicitárias, por exemplo), o estudo recai sobre a presença normal dos meios
de comunicação na sociedade.
Lazarsfeld assumiu uma postura de
administrador preocupado em aperfeiçoar instrumentos de avaliação úteis para os
controladores da mídia. Surgiu daí o temo Pesquisa Administrativa, que é
administrada por meio de questionários ou outros métodos de interrogação do
receptor. Essas pesquisas salientam as ligações sócias de cada individuo. Nesse
sentido, os líderes de opinião exercem uma função de medianeiros.
Confrontando a Teoria Hipodérmica, o
funcionalismo redimensiona a capacidade indiscriminada dos meios de comunicação
para manipular o público, especificando a complexidade dos fatores que intervêm
para provocar uma resposta ao estímulo.
O processo da comunicação passa a
ser visto como algo estruturado socialmente. Emissor e receptor são analisados
como membros do grupo social em que vivem. Esses grupos sociais condicionam a
produção e a recepção das mensagens, interferindo na interpretação dos
conteúdos. Perde a força a ideia de que a comunicação é processo de influência
recíproca, condicionado pela realidade dos grupos sociais onde ocorre.
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