
Como pode ser constatado no texto que lemos sobre a Teoria Hipodérmica, ela trata de uma visão que enfatiza a manipulação das pessoas por meio dos veículos de comunicação de massa. De maneira simples, é como se tal teoria dissesse que as pessoas recebessem, aceitassem e difundissem a mensagem de maneira imediata, o que propõe certa homogeneidade ao conjunto de receptores. Essa mensagem não se limita apenas a propaganda, mas sim a todos os valores, ideais e informações que podem ser propagados.
A falha, “gap” ou motivo da defasação da teoria é o fato de ela não levar em conta as interações socioculturais, ou seja, o contexto em que o receptor está inserido. Na verdade, até o leva em conta quando uma pesquisa de mercado é realizada, mas tal pesquisa foca um determinado público alvo, sendo extremamente difícil abranger todos os receptores. Podemos fazer relação da teoria com o “behaviorismo” (comportamento), corrente psicológica que tem como objeto de estudo o comportamento do homem, respostas a partir de estímulos, e que aceita a possibilidade de condicionar respostas a estímulos específicos. Essa corrente dá suporte a teoria discutida, também chamada de “Teoria da bala mágica”, assim nomeada por considerar a mensagem entrando sem resistência na mente das pessoas. Mas ambas, teoria e corrente psicológica, tem credibilidade comprometida.
Minha visão pessoal é que a Teoria Hipodérmica é sim, bastante falha, mas não completamente infundada, obviamente. Para isso, farei um comparativo a mídia novelística. Entretanto, gostaria de me basear em outra corrente da Psicologia para incrementar a discussão.
A teoria Gestalt tem a percepção como objeto de estudo. Entenda percepção, não como uma soma de sensações elementares, mas como um processo mediado pela linguagem pessoal, pelas expectativas, interesses e vivências de cada um. Dessa maneira, percepção se difere de sensação, que é um processo fisiológico, é a detecção/recepção de estímulos por parte dos órgãos sensoriais. Esses dois termos distintos, mas não dissociados (porque se interlaçam e, de certa forma, influenciam um no outro) é que estruturam a diferença de olhar e visão. Olhar é relativo a percepção, é mais do que apenas ver, e sim enxergar pelo nosso ponto de vista. Visão é um processo fisiológico imediato. Escutei uma frase hoje que me chamou super atenção:
“Quando Pedro fala de Paulo,
ele diz mais de Pedro do que de Paulo”
Sem mais rodeios, citei a teoria Gestalt foi citada pra fortificar a idéia de que a mensagem veiculada (novamente, entendam mensagens de forma ampla: propaganda, valores, idéias) pode ser a mesma, mas cada um recebe da sua própria maneira, ou seja, cada um tem sua percepção. Esse é o motivo da falta de credibilidade da teoria agora estudada.
1 comentários:
Seu post tem a mesma linha de pensamento que o meu. Nossas visões são parecidas e você ainda conseguiu me fazer entender Gestalt. hahaha
Ah, ainda bem mesmo que existem pessoas com visão crítica! Onde estaríamos se fossemos todos passivos?
Parabéns pelo post. :D
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